Aqui estamos nós na Era Digital caminhando para um período Pós-Digital num mundo de oportunidades geradas pelo macro e micro-universo que podem nos levar para uma Era da Humanidade. Se tudo pode ser multiplicado e tudo pode ser dividido, tem-se infinitos planos infinitos que nos oferecem uma sucessão de oportunidades, que combinadas com a finitude da vida tendem a nos deixar humanos. É a Era da Humanidade. Por isso, cabe a cada um assumir o protagonismo da sua vida, começando por responder à pergunta:
O que você faria se não tivesse medo? O medo, muitas vezes, nos paralisa a mente, embota a imaginação e limita a criatividade, assim como acaba com a iniciativa e rouba a motivação.
Assim, fazer algo que você faria se não tivesse medo, sem julgamentos ou preconceitos baseado em fatos e observações, é um dos caminhos que o levará até onde você quer ir. Ao compreender o ciclo das próprias motivações, tende-se a identificar um propósito, entendendo que não é o mundo que muda as pessoas, mas as pessoas é que mudam o mundo. E a motivação com propósito são variáveis fundamentais no processo para se chegar na Era da Humanidade.
Voltando-se no tempo para a Idade das Pedras, as motivações humanas se resumiam a terminar o dia vivo, bem alimentado e com a ambição de perpetuar a espécie. Num passado mais recente as motivações humanas buscavam recompensas e a evitação das punições. Felizmente, as motivações evoluíram e as pessoas já não se satisfazem com somente terminar o dia vivo, de barriga cheia ou tendo recebido uma recompensa ou não sendo punido. Elas se deram conta da finitude da vida, o que as faz buscar algo mais em suas vidas. Para esse fim, as pessoas devem buscar a autonomia, desenvolver a excelência e ter um propósito, num caminho evolutivo para a Era da Humanidade.
A autonomia dá a possibilidade da auto direção em que todos podem conduzir a própria vida de forma a ter o destino em suas mãos.
As pessoas que exercem a autonomia sobre o que fazem, sobre quando o fazem, sobre com quem o fazem e sobre como o fazem, exibem a iniciativa de fazer o que deve ser feito e quando deve ser feito. A autonomia motiva as pessoas a fazerem aquilo que se quer mesmo quando não se está com vontade, assim como a fazer aquilo que não se gosta na busca daquilo que se quer.
Desse modo, uma pessoa autônoma alinha os objetivos próprios com os da organização criando um mundo de oportunidades.
Pessoas que exercem a autonomia vão em busca da excelência, que é paradoxal.
A excelência tão logo é alcançada deixa de ser excelente, o que nos leva a buscar um novo estado num movimento de melhoria contínua.
A excelência exige esforço, dedicação e prática deliberada encontrada na repetição, na observação e na mudança de padrões exibidos por quem tem motivação. As Eras Digital e Pós-Digital têm possibilitado inúmeras alternativas de exercer a autonomia e de buscar a excelência, porém o desafio é entrar na Era da Humanidade.
Para avançar para a Era da Humanidade a motivação deverá ter a sua base no propósito, que é exercer a sua autonomia de forma excelente numa atividade que tenha sentido para si e para os outros.
Ao se dar conta da infinitude do universo e da finitude da vida, o lucro, puramente financeiro, começa a perder relevância frente ao propósito. Caminha-se, assim, rapidamente para uma mudança de paradigmas organizacionais provocada pela transformação dos objetivos individuais. Somente poderia ser assim, porque não há organização sem pessoas. Enfim, os indivíduos com propósitos com sentido criarão uma geração de organizações que reformularão os negócios e a forma de ver o mundo. Essa será a Era da Humanidade, em que o propósito daquilo que se faz virá em primeiro lugar, criando um mundo repleto de oportunidades.
No ESARH (Encontro Sul-americano de Recursos Humanos) o tema estará em evidência por meio da proposta de (Re)Criar a Humanização na Era Digital.
Moacir Rauber Professor na UNISOCIESC — Universidade Sociedade Educacional de Santa Catarina
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